Maluncolandia

O Mundo de Dentro


Wonderwall, ela acorda, abre os olhos, cata em cada pedaço de concreto uma palavra de gentileza, pichada como um haikai de lemisnk em um muro Pink floidiano, firewall.
Pelo lado de fora da sua vida, seus livros, seus discos, seus amigos e chinelos, amontoados em cada canto de descanso, temporário.
Abre, aperta, liga, coloca, conecta, loga, tardeia, anoitece sua espera e por fim entra.

Ri que retumba um soluçar na alma, de alívio ou divertimento, atenção. E foi-se o Carnaval.
Palavras mornas de tempero doce, gela a boca do estômago ao engoli-las, choca-se consigo mesma por todo espanto, não seria medo?
Não é, não, não pode ser, é claro que não é. Será?
Muda ela ouve, assiste, é sua platéia e sua leitora, sua sugadora, sua vampira, conjugando e recriando tantos verbos quanto seja preciso, preciosos e saciadores, mas nunca são.
Por fora da vida, explodiram todas as cores, vivas e gritantes. Mas agora parece que sumiu uma, já não tarda a sumir outra, será efeito? Defeito? Não é, não, não pode ser, é claro que não é. Será? Precisa ler cada vez mais, quando as palavras entram, cravam, encravam, aquietam-se no fundo do seu estômago, são pichadas na parte de dentro do muro do lado de fora. E quando acorda procura todos os dias, nos dias que promete e amanhece, jura que promete, promete que jura, outro dia e outra palavra. Bruxaria.

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Onde estás

BemVindo à maluncolia da maluntropia.
à maluscópia malusco-fusca.
metasensorial, de palavras agridoces, e melodias espinhosas, de vozes como chamas de velas e maciez colorida.

onde sempre se encontra minhas próprias descrições derretendo.