Maluncolandia

Tem algumas coisas que precisam ser ditas e até serem, corroem como ácido, mas eu desaprendi a dizer qualquer coisa. Fiquei estrangeira para minha propria língua, me esqueci de como se respira. Mudei.
Me encosto na cadeira e repenso sobre tudo que eu ia escrever sem pensar... todos os sentimentos que machucam, tudo que me implora para escrever, foje,correu, mudei.
Não sei mais o que pensar de nada, quem era eu... o que eu fiz de mim...Meu deus! o que eu estou fazendo da minha propria vida? Tem alguém capaz de fazer mais mal que eu mesma a mim? Digo que não sinto o gosto da vida, mas eu faço questão de não temperar... ai de mim, ai de mim, dessa autopiedade narcizista. Percebo agora o quão sou egoista em me sentir tão mal e tentar sempre me sentir mais mal. Acho que não sei ser feliz. A maluncolia é algo intranhado na minha essência, estou fadada a não ser amada por ter certeza de que ninguém conseguiria amar uma coisa como eu...ai de mim, ai de minha piedade... ai de mim que não posso deixar um minuto de ser eu, que não posso deixar um minuto de não gostar de mim...ai de mim.
Tenho que aprender como pesa o peso das coisas que coloco em cima de mim. Tenho que aprender a gostar da solidão que me forço a conviver. Maldita cabeça dura a minha. Não sei como eu entrei aqui.Talvez o problema não seja a solidão, seu eu conseguisse ser outra que não eu, talvez me interessasse em ficar a sós sozinha.talvez. Mas ai de mim que sou obrigada a conviver cmg mesma em tempo integral, enquanto os outros só um pouco. deve ser um saco ser eu, quero ser John Malkovich.
Se eu soubesse perdoar mais os outros eu seria diferente? se eu soubesse não perdoar tanto seria melhor? Boba,conta demais com os outros. Vive no mundo de Oz, mas adivinha? Oz ta gagá, Doroty esta mais viciada em crack do que Alice, Oz rouba cérebro, coração, coragem de uns para dar para outros. SEmpre tem alguém faltando...eu no caso, talvez os três. Assentimentalefa, senti isso a primeira vez que deveria estar me sentindo bem pior. Fiquei segura dentro de Oz, livre da dor e do medo, como um serial killer. Acho que matei meu lado bom esmagada com minha casa, vou lhe roubar os sapatos. Andar por uma estradinha horrivel, cheia de drogas na cabeça, e amar cada momento asqueiroso, como se fossem únicos na vida.
Vou jogar pedra na Geni, atirar um pau no gato, deixar a cuca vir pegar e passear. VOu me afogar nos meus próprios liquidos, para nao gastar a água de mais ninguem. Vou gritar, vou berrar mais alto que o som inquebravel do silêncio. Tentar cair na toca do coelho e me tornar outra, me tornar duas. Posso ser a rainha de copas, cheia de si, quero ser cheia de mim e não tão vazia de Malumanindade. Criar desejos para fingir que são meus, desejar qlqr coisa só para poder ser atendida por todos... cortar a cabeça de joão batista e trazê-la numa bandeija de prata. Ser apontada e admirada como alguém que pensa em sí e só em si, alguém que não perdoa nem esquece, que egoismo mais apreciavel! Alguem mais fácil de existir do que eu mesma.
outra palavra correu...